Era uma vez uma criança...
Criança, não! Ela não gostava de
ser chamada assim, era uma (quase) adolescente.
Mas hoje que era Dia da Criança,
e ela sentia-se triste. Este era o preço a pagar por querer ser crescida, não
teria direito a um presente.
Sentia inveja do seu irmão. Já
imaginava o grande embrulho que lhe calharia.
Mas desta vez a mãe tinha
preparado uma grande surpresa para a família, iriam passar o dia no Jardim
Zoológico.
Sorriu até lhe doerem as
bochechas, afinal era bom sentir uma criança feliz dentro de si.
Já tinha ouvido dizer que tinham
nascido 5 crias de chita e estava ansiosa por poder vê-las. E conseguiu
convencer a família a dirigirem-se logo para lá.
Mas o Zoo estava cheio de
surpresas à espreita.
E à espreita estava também um
pequeno canguru. Viram de relance a sua pequena cabeça, para depressa se
esconder na bolsa da mãe.
Esperaram um pouco, calados,
semi-escondidos, e o jovem canguru ganhou coragem e saiu cá para fora,
mostrando os seus saltinhos desajeitados.
Estava maravilhada, mas as chitas
ainda não lhe tinham saído da cabeça.
Continuaram a subida e foram
surpreendidos pelos sons dos lémures-de-cauda-anelada. Sentiram-se vigiados
pelas crias curiosas, de olhos grandes e
redondos, que os observavam.
O caminho até às chitas era
longo, mas a cada passo que davam, alguma coisa os deslumbrava.
Ao chegarem aos orangotangos a
Mena ficou preocupada. A fêmea parecia estar dobrada sobre a barriga. Será que
tinha dores?
Depois viu algo mexer-se!!!...
Era uma cria! Parecia tão pequena
e tão frágil comparada com a mãe. Mas a mãe orangotango pegava-lhe de uma forma
tão delicada.
Lembrou-se de uma fotografia sua
de bebé, igualmente frágil e com a sua mãe delicadamente a pegar-lhe.
Pela cara da mãe, ela tinha-se
lembrado do mesmo.
Quando chegaram às chitas foram
presenteados por uma sessão de brincadeiras, tal como faziam os gatinhos
nascidos na casa da Mena. As chitas tornavam-se ainda mais engraçadas a
brincarem por causa da cauda longa que agitavam como se fosse uma serpente,
dando saltos e mexendo agilmente o seu corpo esguio.
Depois de muitas risadas e
fotografias estava na hora de começarem a descer. O pai também tinha feito uma
pequena exigência, não queria perder a apresentação das aves, que só pelo nome
prometia algo mágico - o Bosque Encantado.
Ainda vinham encantados com a
apresentação quando se depararam com os ursos... e as suas crias...
Estavam a empurrar-se um ao outro
a ver quem cairia primeiro, tal como ela e o irmão costumavam fazer. Da próxima
vez que a mãe ralhasse já podia argumentar que os ursos também lutam a brincar
e que é importante para o seu crescimento e aprendizagem.
Riu-se sozinha ao imaginar a cara
que a mãe faria quando lhe respondesse desta maneira.
Era hora de ir almoçar mas estava
certa que a tarde ainda lhe traria muitas agradáveis surpresas.