Diz a lenda que os Reis Magos seguindo uma estrela no céu
chegaram a Jesus recém-nascido e lhe levaram ouro, incenso e mirra.
As suas oferendas pretendiam homenagear Jesus como rei
(ouro), como deus ou sacerdote (incenso) e como homem (mirra). Cada um destes
presentes tinha um significado, um simbolismo, naquela época: o ouro
representava realeza, perfeição e riqueza; o incenso era usado desde a
antiguidade nos rituais religiosos, nos atos de fé, oração e purificação,
representando a divindade; a mirra, uma erva amarga, simbolizava o sofrimento
que Cristo enfrentaria na Terra, e simbolizava, também, a imortalidade porque
era usada no embalsamento.
Mas o ouro, o incenso e a mirra não são apenas coisas do
passado, simbolismos da vida de Cristo, estão ainda presentes no nosso
quotidiano.
Ouro |
Au é o símbolo químico do ouro e teve origem no seu
nome latim aurum, que significa brilhante. Sempre foi considerado um
metal precioso devido à sua cor e brilho, por isso é oferecido como primeiro
prémio nas competições desportivas.
Nenhum ser vivo tem capacidade ou necessidade de integrar
ouro no funcionamento do seu organismo. Para o Homem a importância reside nas
suas características, tem aplicações na indústria devido à sua boa
condutividade elétrica e resistência à corrosão. Por manter estas propriedades
e qualidades ao longo do tempo, é considerado um metal eterno. A sua utilização
no fabrico de alianças de casamento é um exemplo do simbolismo da eternidade.
Também é utilizado em joalharia e no fabrico de moedas.
É um metal que se pode encontrar sob a forma de pepitas, mas
geralmente aparece como pequenas inclusões noutros minerais, como quartzo ou
pirite, ou como impureza em muitos minérios de onde é extraído como subproduto.
Quando puro é demasiado mole para ser usado por isso é utilizado em ligas
metálicas com prata ou cobre.
Olíbano |
O incenso e a mirra, extraídos a partir das resinas ou óleos
essenciais das plantas, são utilizados pelo Homem desde a antiguidade.
Do latim incendere (queimar), o incenso, é utilizado
em rituais religiosos, em aromaterapia ou como ambientador.
O olíbano, um incenso de alta qualidade, extraí-se de árvores
do género Boswellia cortando a casca do tronco e deixando a resina
escorrer e endurecer. Tem sido utilizado no tratamento de várias doenças
inflamatórias, como artrite reumatoide ou asma brônquica.
Mirra |
Maror ou murr, a palavra hebraica para mirra,
significa “amargo”. É uma resina extraída da Commiphora myrrha através
de fissuras na casca da árvore que depois de seca origina grânulos de cor
amarelo-avermelhada. Tem propriedades
antissépticas e anti-inflamatórias, e é também utilizada como
constituinte de vários cosméticos, como aditivo de vinho, para fabricar incenso
ou pelas suas propriedades embalsamadoras.
Para além do incenso e mirra existem muitas outras espécies
aromáticas e com propriedades medicinais. A murta (Myrtus communis), que
podemos encontrar em Portugal, é um exemplo, com óleos essenciais nas suas
folhas e cuja madeira era queimada como incenso na Grécia Antiga... Mas isso é
uma outra história!!!