O Dodo e a Tambalacoque



Ilustração do Dodo
Esta semana, vamos falar sobre a importância do equilíbrio que é inerente a um ecossistema. O Dodo (Raphus cucullatus) era uma ave que hoje em dia se encontra extinta. Era endémica da ilhas Maurícias, perto de Madagascar e igualmente banhadas pelo Oceano Índico. Os dodos não voavam e para além do seu bico desenvolvido, poucas defesas tinham contra predadores, até porque não estavam habituados a lidar com a predação.
Tambalacoque
Por causa destas características tornavam-se uma fácil e acessível, fonte de proteína, para os navegadores que passavam por esta ilha. Os primeiros dos quais se pensa terem sido Portugueses em 1507, também Holandeses e Ingleses passaram por este local. Posteriormente em 1644, Holandeses colonizaram a ilha e levaram para terra, cães, gatos e porcos, que representaram o fim do Dodo, em 1662 (IUCN), ainda que se considere que terão existido exemplares até 1690.E será que a sua extinção teve impacto no ecossistema?  O Dodo tinha uma relação de mutualismo com a árvore Tambalacoque (Calvaria major), da qual se alimentavam das suas sementes. A passagem da semente pelo trato digestivo da ave, era a chave para que existisse sucesso, na germinação das sementes desta árvore.
Sementes de Tambalacoque
O que se verificou no terreno é que, desde a extinção do Dodo não existiam árvores Tambalacoque a crescer no terreno, assim as sementes foram dadas a perus e verificou-se que depois de serem eliminadas nas fezes destes animais as sementes germinavam.
Este é um exemplo real da forma como as ligações existentes entre os elementos de um ecossistema são cruciais ao seu bom funcionamento.